E ali o mar...

E ali o mar tão perto e tão longe,

tão profundo e macio...

tão doce...

Que segredo contêm?

Tenho medo de romper barreiras

e encontrar as suas fronteiras

que não são de ninguém!

Abrir os olhos ao mundo

como o pintor faz com as tintas e os pincéis

encharcar os olhos de cores variadas

doces pinceladas

árvores de outono feitas anéis

umas vezes

de florestas encantadas

outras do meu mar...

em noites enluaradas...

A espera

Espero-te como quem procura uma luz.

Defronte de mim, um túnel escuro e frio...

Sou uma menina asustada;

desejo-te puro, fresco e doce,

como a doce água, fresca e pura do nosso rio...

água, deserto e tu...

E, de súbito o medo, o sussuro, o grito,

a imagem, o som, o combóio, a linha, o medo...

E de súbito eu e tu e nós e este sentimento aflito

de te perder sem mais te ter aqui.

Tão perto e não distante, por ser tão perto...

faz deste amor um lago de águas

que embora sendo doces...

se torna num deserto.

Hoje...

Olho o horizonte como quem espera um sinal

Amargura é sentido que me faz mal,

esta espera demasiada em que me encontro,

perdida nos recônditos labirintos da vida,

fazem de mim uma alma que se sente perdida.

Hoje, olho o horizonte com esperança

e penso...em ti...